sábado, 13 de dezembro de 2014

Solidão em verso



A solidão rima com pão. Ninguém para comer à mesa.
Solidão rima com tristeza.
À mesa portuguesa o bacalhau. E um fado em que tudo é mau.
Viver em choro e ter de engolir um e outro desaforo.
Amigos perdidos.
Como numa guerra civil, de carros. Todos nós mortos ou feridos,
Por dentro quando não por fora.
Vontade de ir embora. Daqui para fora.
Sem destino, nem alma nem tino.
Não há virtude em la solitude. Viver tudo amiúde.
Não pedir nem ter esperança de nada - uma voz calada.
A vida num duro ausente, sem futuro nem presente.
Os dias perdidos tornados uma tinta permanente.
Com que escrevo. Envolto em desprezo.
Querer e não poder ser de alguém. Quem?
Me podia amar!? Só tenho medo e solidão no olhar.
E vontade de acabar! Desejar por sorte a morte.
Que virá quando não tivermos ninguém...
Nem mesmo a nossa mãe. Nos aceita e quer bem!

É tarde para ser cobarde,
Só queria amar-te!...







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