domingo, 14 de dezembro de 2014

"Concrete jungle"





Na selva de cimento, há uma clareira à beira…

Da saída da minha cabana sem amor. Na rua que desce da minha casa, refúgio do meu isolamento.

Há uma lua ou falta dela, na noite sempre brilhante que encanta um lugar misterioso de pássaros à janela de marquises fechadas e iluminadas pela luz da EDP, energia que não preciso quando me desloco entre prédios dispostos em círculo e de pouca altura, suficiente pra deixar passar a luz da noite e o Sol em chapa do meio-dia, na clareira onde a minha cadela faz o que tem a fazer e eu olho o céu mágico centrado naquele lugar cercado e com duas entradas que concentra a prata da noite e o ouro do Silêncio.

De pássaros que vêm televisão e se fecham em gaiolas interiores que eu observo à luz da Lua mais baixa ali, quase em cima de mim e de uma claridade feliz de mim e do meu animal, refúgio da selva amazónica de árvores e bichos em que se tornou a sociedade humana, por momentos na claridade, da clareira…

Que brilha mais alto e centra o ser de alguém não distante de um índio selvagem e de pedra, dessa sim, selva de cimento erguida em sociedade, pelos melros da construção civil suburbana onde não há lugar onde alguém se possa refugiar: -

Excepto nesta clareia de magia, aberta pelos astros, na beira de minha casa. Venerados em momentos de divindade pagã.      


Sem comentários:

Enviar um comentário