segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Mineral tornado animal

A água beija-me. Acaricia-me levemente num toque de midas. Tornando a minha pele, os meus lábios em revolução de vida e amor na foz tornada eu, em que desagua, de frescura, vivo de novo. Revitalizado!

Pronto para deixar uma molécula de três átomos (h2o) trazer o Azul de que se intui o planeta terra (direi, água?) visto enternecido do espaço vazio de negro. O tudo que habitamos e habito.


A casa doce casa a que regresso quando por ti sou beijado... Por toda a derme, epiderme e hipoderme, até aos nervos de toda a minha espinha e ao cabelo eriçado de tesão da minha nuca. Até ao teu corpo de volta! Para encontrar-te fresca e nova sempre e de cada vez que me tocas, em cascata de amassos.

Água mole em pedra dura! Dura até rebentar, em êxtase de chuva feita torrente. De tudo o que me dás! H2omem feito novo, para lavar e correr para o mar, uma gota no teu oceano. Um mar interior no meu coração onde te abrigas e te escondo. E regresso quando bebo das tuas pedras salgadas. À mesa do café.

Onde te bebo de saudade, sempre que me penetras de desejo e ausência para curar, suster ao alcance da minha mão, levar aos lábios e engolir de um trago! A água que me trazes, e trazendo-me a mim, me retornas à vida - mineral tornado animal!


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