sábado, 3 de janeiro de 2015

Fado

Não quero que me cantes!
Tens uma musa e és uma diva, enamorada de poetas.
Eu sou um Homem pobre, sem nada.
A minha história é a tristeza da ausência de música e ritmos, que não se prestam à tua voz de alegria. É o silêncio. E uma vida parada. Não tenho nada.
És linda. Dá-me antes a tua mão e um abraço. E põe-me na cama com um último sorriso.
Onde descanso dos meus fantasmas. Passei a vida a dormir.
Dá-me um abraço sentido e em silêncio de palavras. E depois canta-me para eu adormecer.
A minha história não está para comprar e vender. Só vivida, triste e cansado. A tristeza é o meu fado.
Solidão que não pode ser canção. Nunca, meu irmão! Ou irmã. Quem seja. Que não eu.
Canta-me antes uma cantiga alegre mas não cantes o meu fado.
Mas se o cantares e a minha história, chora e verte lágrimas porque nela não há glória!
Canta-me e encanta-me e se puderes leva a minha vida e o meu fado, para o Outro lado...
Tenho de ir!.. Não cantes mais. Encanta-me,

Mas não, nunca me cantes – O meu fado!

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